A Secretaria de Estado da Saúde (SES-PB) notificou até
o dia 19 de dezembro 425 casos suspeitos de microcefalia, distribuídos em 72
municípios paraibanos, com base nas definições de casos estabelecidas na Nota
Informativa Nº 01/2015, da Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS) do
Ministério da Saúde. Entre eles, está o caso de um recém-nascido que evoluiu
para óbito.
Oito municípios da região do Cariri já registraram
casos suspeitos de microcefalia e uma criança veio a óbito. Os municípios que
já registraram suspeitas são: Alcantil (2); Boqueirão (1); Caturité (1);
Juazeirinho (1); Monteiro (7); Parari (1); São Domingos do Cariri (1) e Zabelê
(1). No total, 15 casos de microcefalia já foram registrados na região, segundo
dados da SSE, divulgados nesta terça-feira (22).
No município de Monteiro, um caso suspeito evoluiu
para óbito, segundo a Secretaria de Estado de Saúde. Monteiro também é a cidade
do Cariri onde existe o maior número de casos suspeitos de microcefalia.
Dois casos foram confirmados em gestantes residentes
no município de Juazeirinho, cujos fetos apresentaram microcefalia e
diagnósticos laboratoriais conclusivos para vírus zika. A SSE não incluiu esses
dois casos confirmados residentes em Juazeirinho por falta da notificação dos
mesmos.
Segundo a gerente executiva de
Vigilância em Saúde da SES, Renata Nóbrega, a SES-PB está apoiando os
municípios para dar celeridade à investigação dos casos suspeitos. “Nossa
equipe reforça a importância da notificação de novos casos, seguindo os
critérios estabelecidos pelo Ministério da Saúde”, disse.
“A maioria das notificações feitas até então foi
realizada baseada, apenas, na medida do perímetro cefálico (PC) igual ou
inferior a 33 centímetros, independentemente da mãe relatar ou não sinais ou
sintomas de doenças infecciosas durante a gravidez e de exames complementares.
Portanto, trata-se de uma triagem de crianças nascidas a partir de 1º de
agosto, que se enquadram na definição de caso suspeito, a fim de possibilitar o
desencadeamento da investigação e, com isso, concluir um diagnóstico final de
confirmação ou descarte de malformação congênita relacionada ao vírus Zika,
conforme protocolo clínico do Ministério da Saúde”, explicou Renata Nóbrega.
O Ministério da Saúde confirmou no dia 28 de novembro
a relação entre o Zika vírus e o surto de microcefalia na região Nordeste. O
Instituto Evandro Chagas, órgão do MS em Belém (PA), encaminhou o resultado de
exames realizados em um bebê, nascido no Ceará, com microcefalia e outras
malformações congênitas. Em amostras de sangue e tecidos foi identificada a
presença do Zika vírus.
“Essa é uma situação inusitada no ramo da pesquisa
científica. As investigações sobre o tema devem continuar para esclarecer
questões como: a transmissão desse agente; a sua atuação no organismo humano; a
infecção do feto e período de maior vulnerabilidade para a gestante”, explicou
Renata Nóbrega.
A microcefalia, independente da causa, já é uma
condição confirmada. No entanto, em se tratando da vigilância de microcefalias
relacionadas ao vírus Zika, todos os casos que, após revisão da aferição das
medidas, dos exames ou do critério de enquadramento, não estejam contemplados
nas definições estabelecidas para relação com infecção pelo vírus Zika, serão
descartados, de acordo com o “Protocolo de vigilância e resposta à ocorrência
de microcefalia relacionada à infecção pelo vírus Zika”, da SVS/MS.
Ressalte-se ainda que o Sistema de Informação sobre
Nascidos Vivos (Sinasc) é o sistema de informação oficial para registro de
todas as anomalias congênitas identificadas no pós-parto. Por conseguinte,
todos os casos diagnosticados de microcefalia, relacionados ou não à infecção
pelo vírus Zika, deverão ser notificados oficialmente neste sistema, que tem o
objetivo de fornecer informações sobre as características dos nascidos vivos.
Com De Olho no Cariri
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